sábado, 15 de junho de 2013

MARCAS DE UMA INFÂNCIA INFELIZ














Tem coisas na vida que nos marcam, machucam e deixam cicatrizes profundas por muitos anos.
Quando eu era criança, cursando a quarta série primária, passei por uma das mais terríveis situações da minha vida.

Minha escola estava promovendo um concurso de redação livre;    o ganhador teria sua redação publicada e teria uma medalha, visita ao Prefeito e muito mais.
Sempre gostei de escrever, mas nunca fui uma aluna 'nota dez', principalmente em português.
Talvez seja por esse motivo que passei por tanto constrangimento.
A redação era sobre férias, mas eu escrevi sobre uma passagem que fiz à casa de uma tia.
Minha mãe caíra doente e eu fiquei na casa da minha tia por uns quatro dias.
Eu, com minha imaginação, fiz uma redação muita linda, como um sonho que eu queria que acontecesse.
Como se tratava de uma ocasião tão especial, pedi para minha cunhada me ajudar com os erros de português.

Quando entreguei a redação pronta, não imaginava o que estava por vir...

A minha foi escolhida entre duas para ser a ganhadora.
Minha diretora chamou minha professora e eu, para comunicar a boa notícia.
Foi quando, no meio de todos, minha professora disse que eu nunca poderia ter escrito aquela história tão linda.
Eu fiquei em choque, não conseguia me mexer; a diretora ficou bem desconcertada e me interrogou quem tinha feito, mas eu respondi a verdade, ou seja, disse que minha cunhada corrigira os erros de português, e que eu tinha o rascunho em casa.

Minha cunhada foi chamada e confirmou, mas minha professora disse que eu não tinha capacidade de escrever coisa tão boa e sensível.
Então levei os rascunhos, porém não teve jeito; fui desmoralizada e humilhada publicamente.
Não ganhei e ainda fiquei com fama de mau caráter...

Hoje não sofro tanto, pois sei que estava inocente, mas à época, para uma criança, foi traumático.
Fiquei mais de um ano sem querer escrever, mas tudo melhorou.

Resolvi escrever e contar essa experiência, para mostrar como um ato sem pensar pode marcar fundo uma vida.

(Baseado em fatos reais).

quinta-feira, 6 de junho de 2013

AS PALAVRAS TÊM MUITA FORÇA



Num belo dia e sol, Lindaura brincava no quintal com outras meninas de sua idade, quando seu pai olhou pela janela e disse:
---Essa menina vai sofrer muito na vida, é bonita demais; mulher assim só atrai coisa ruim...
Lindaura tinha à época dez anos de idade. A mãe, ouvindo as palavras duras do pai, chorou.
Mesmo porque ela já sofria muito nas mãos daquele homem bruto, machista, que só gostava dos cinco filhos homens que com ela tivera. Quando a menina nasceu, ele nem quis olhar.
O tempo passou e todos chamavam a menina de Linda, pois era linda mesmo; com dezesseis anos atraía muito a atenção de todos.
Na escola era boa aluna, mas assediada por muitos, até mesmo pelos professores.
O pai cismava com tudo e batia em Linda por tudo e por gosto mesmo.
Quando, um dia, foi a gota d'água... Ela estava numa festinha de escola, quando o pai chegou de repente, e a viu dançando com um rapaz. Ele foi logo batendo na filha. E chegando em casa a colocou para fora, sem dó e sem motivo algum.
A moça, sem rumo, não achou apoio em ninguém. Acabou, enfim, indo morar em São Paulo. E só com a cara e a coragem. E com pouco dinheiro, precisou comer em um bar. Com sua beleza, chamou a atenção de Zizi, uma mulher que possuía uma casa de prostituição.
Lindaura, ingênua, caiu na lábia da mulher; foi direto para a casa dela. Quando viu onde se metera, não teve muita escolha.
 
Ao cair da noite, ela se deparou com a dura realidade. A casa foi enchendo de homens, que vinham em busca de sexo, bebida e até drogas.
E como em tudo na vida nada é por acaso, ela conheceu José, um viúvo de quarenta e pouco anos, que vinha uma vez por semana àquele lugar em busca de companhia. Ele era muito tímido e nem sempre ficava com alguém.
Vendo Lindaura, ficou encantado; foi logo pedindo para ficar com ela. Zizi, por sua vez, disse:
---Ah, essa vai custar caro! Ainda é donzela.
Enfim, ele foi para o quarto; Lindaura já estava lá, chorando muito. Contou a José a sua história. O viúvo se apaixonou, disse que poderia tirá-la daquele lugar, se ela quisesse.  A moça se entregou a ele com carinho, pois se sentiu segura e protegida. Ele voltou mais algumas vezes e confirmou a proposta; Lindaura aceitou e foi morar com José.
Uma casa simples, mas bem arrumadinha, parecia estar esperando por ela.
Viveram por um ano bem felizes, mas com o tempo ele se mostrou ciumento e violento, talvez pelo fato de tê-la encontrado num lugar de má fama, e por ela ser tão linda.
Quando José saía para trabalhar, Lindaura se trancava em casa e não saía para nada, por ordem de José.
Um dia, sair de casa, José estava bem mal humorado; falou até em sair de casa, pois estava pressentindo algo ruim.
Mesmo assim, foi para o trabalho como sempre; colocou a arma na cintura, pois era Segurança.
Passaram-se algumas horas e a campainha tocou. Era uma vizinha, que estava vendendo produtos de beleza, meias, roupas, enfim.
Lindaura de início não queria atender, mas acabou cedendo. Na verdade não comprou nada, mas experimentou quase tudo. A vizinha comentou:
---Nossa! Você é difícil de comprar, heim! Pelo menos compre uma meia fina, pois essa tua está furada num lugar, atrás da batata da perda esquerda.
Lindaura riu e disse:
---Então tá trocada, pois o furo tava na direita.
A vizinha foi embora sem vender nada; disse, porém, que iria voltar.
 
Ao cair da noite chega José, ainda bem nervoso e cansado; quase não falou nada e foi ao banheiro. Ao voltar, foi à cozinha e olhou para Lindaura de costas, que fazia o jantar. Foi então que de repente ele viu o furo na meia e se lembrou que era na perna direita... Não disse nada... Voltou ao quarto, pegou a arma e disparou três vezes na mulher.
 
Sem pedir explicação, ele a matou. Deduziu que ela havia se deitado com outro e que na pressa teria colocado a meia na perna errada.
 
E como o pai havia dito, ela não seria feliz...
 
Por isso, devemos pensar bem antes de falar e de agir, pois as palavras têm muita força!
 
(Baseado em fatos reais).
 
 


domingo, 2 de junho de 2013

TEMPO É DINHEIRO?

 
 
Uma família de classe média tinha um menino de cinco anos, que por ser filho único sempre se sentiu muito sozinho e infeliz.
Seus pais lhe davam de tudo, materialmente falando.
A mãe vivia sempre ocupada com seus afazeres domésticos e com seu filho, sempre esperando a volta do pai, o que muitas vezes só acontecia de madrugada.
O menino, bem triste um dia, questionou a mãe:
---Mamãe, quando vamos ver o papai em casa?
E a mãe respondeu, com o coração despedaçado:
---Filho, o papai está trabalhando muito, para nos dar tudo de melhor.
O menino, com os olhos cheios de lágrimas, começa a procurar então uma coisa na cozinha. A mãe, sem entender, não deu muita importância; continuou a fazer suas tarefas.
A criança foi ao quarto dos pais, e se deitou na cama deles, porque sempre dormia e não conseguia falar com o pai.
A mãe viu, mas não disse nada sobre o assunto.
E o menino disse a ela:
---Mamãe, eu já tenho muita coisa, mas o quero mesmo é ver e falar com o papai de vez em quando...
A mãe respondeu:
---Seu pai trabalha muito e não tem tempo livre, por isso temos que ter paciência. Um dia tudo vai mudar.
O menino adormeceu. O pai chegou quase duas horas da manhã; pegou o menino para levá-lo para a cama, mas ele acordou e ficou muito feliz ao ver o pai. E disse:
---Pai, que saudade, sinto muita a sua falta. Vamos conversar?
O pai disse:
---Filho, já é muito tarde e o papai tem que trabalhar mais um pouquinho...
---Mas pai --- implorou o menino --- o que eu preciso fazer para ter você de volta pra nós?
 
O pai quase chorou, mas colocou o filho na cama dele, e voltou para seus papéis.
 
Logo mais o menino voltou, correndo, trazendo um vidro cheio de moedas, entregou ao pai, que não entendia nada.
---Filho, o que é isso?
E o menino, em sua pureza, respondeu:
---Aqui tem vinte reais, foi tudo que consegui guardar. Será que isso paga, papai, pelo menos uma hora do seu tempo?
O pai começou a chorar e abraçou seu filho com arrependimento.
 
APROVEITE BEM O TEMPO COM SUA FAMÍLIA, ANTES QUE SEJA TARDE!...
 
 
 

 

sábado, 1 de junho de 2013

NUNCA SE ACOMODE, VÁ À LUTA













Um belo dia, num Reino distante, um Servo, juntamente com seu Senhor, visitava vilarejos para conhecer como se vivia.
O Servo, sempre atento aos ensinamentos do seu Senhor, nunca contestava, só obedecia e observava.
Chegaram num vila onde conheceram uma família muito pobre, um camponês, sua esposa e dois filhos, e às vésperas do terceiro.
Ao chegar, logo se assustaram com a forma de vida em que estavam.
O Senhor perguntou ao camponês:
---Como vocês fazem para se manter?
O camponês, conformado, respondeu:
---Do jeito que Deus manda; temos uma vaquinha no quintal, que nos dá leite. Desse leite, fazemos queijo, manteiga, e vendemos tudo na cidade. O leite também ajuda na alimentação das crianças e, enfim, de todos nós.
O Senhor foi embora e, muito pensativo, ao chegar ao Palácio deu uma ordem inusitada. Determinou que o Servo pegasse a vaca do camponês e a jogasse num abismo.
 
O Servo ficou furioso, mas obedeceu com o coração sangrando.
Ele se perguntou por que o Mestre teria feito tal crueldade.
Mas não teve coragem de contestar. Foi e fez o que lhe foi ordenado e, desolado, voltou para o Reino.
 
Passaram-se dez anos, e um dia o Servo se lembrou do que fez e se perguntou, --- "Como será que estão todos daquela família?".
O Servo havia conseguido alguns bens e por isso resolveu ajudar o camponês.
Voltou à mesma aldeia, procurou a casa humilde, mas no lugar encontrou uma bela residência, com piscina, muita mordomia e vários empregados.
O Servo pensou, --- "Acho que cheguei tarde, a terra deve ter sido vendida, eles devem estar bem longe daqui".
Encontrou um rapaz e perguntou sobre o camponês; o rapaz respondeu:
---Ele é o nosso patrão.
---Como? Não estou acreditando! --- Exclamou o Servo.
Então foi até o camponês, e este o reconheceu, abraçou-o com carinho. O Servo lhe perguntou o que havia acontecido, e o camponês explicou:
---A vaquinha que eu tinha caiu no abismo; foi bem ruim, mas com isso eu tive que começar a plantar algodão, verduras, legumes e muito mais. Comecei a vender o que plantava para o vilarejo, e foi aí que comecei a me recuperar; com o aumento da família tive que aumentar a casa, entrei na mata e descobri uma madeira de Lei, uma das mais nobres, e comecei a extrair legalmente e vender, depois de fazer essa bela casa, é claro. E foi assim que minha vida mudou e consegui melhorar de vida.
 
O Servo ficou muito feliz e foi embora.
 
Quando chegou ao Reino,  procurou o Senhor, contou-lhe o que havia descoberto, e indagou:
---Como pôde acontecer isso?
O Senhor explicou:
---Tem pessoas que ser acomodam com sua situação e com isso não seguem em frente, não batalham para melhorar de vida, por isso Deus permite que alguma coisa ruim aconteça para que as pessoas renovem as forças e enxerguem as oportunidades.
 
Por isso, devemos sempre nos renovar, buscar o melhor a cada dia, não nos acomodarmos.
 
PENSE BEM NISSO.