Um casal já estava
casado há 35 anos; no início com muito amor, compreensão, harmonia e
cumplicidade, mas com o passar dos anos a maioria das pessoas mudam, uns para
melhor, outros para pior, infelizmente.
O marido, mais sereno e compreensivo, sempre tentava
contornar as dificuldades que apareciam durante o decorrer dos anos de união.
Talvez por isso tenha durado tanto.
Um dia a mulher acordou bem nervosa e começou a reclamar
de tudo. O marido, lendo jornal, só respondia “ah, ah”, ou “sim, querida, tem
razão, meu amor”.
Mas isso a irritava mais ainda, e assim o tempo passava.
Um dia se mudou uma família para a casa ao lado, e isso foi
motivo de reclamações por dias e dias. Tomara que não tenham filhos, dizia ela;
criança faz muita bagunça e barulho. Tomara que não tenham cachorros, são
perigosos e fazem muita sujeira. E assim ela passava o dia falando e criticando
a vida alheia.
A vizinha lavava suas roupas aos sábados, e como de
costume a mulher ficava reparando em tudo e pondo defeito. Dizia: nossa, que
lençóis encardidos; será que não tem vergonha de colocar isso no varal? Se eu
tivesse amizade com ela, iria ensiná-la a lavar roupas direito.
E assim fazia sempre. Um dia ela olhou pela janela e
disse: nossa, até que enfim a vizinha tomou vergonha e aprendeu a lavar roupas.
“Venha ver, marido, como os lençóis dela estão
branquinhos”.
E o marido, abaixando o jornal, disse: “Não, meu amor; hoje levantei bem cedo e
lavei as nossas janelas”.
Ela ficou sem graça e envergonhada.
Por isso devemos limpar nossas janelas para ver melhor, antes de falar da
vida alheia.
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